Ame-se o rio
a luz fechada
o horizonte do medo
o mar total igual à luz do vinho
Ame-se o beijo ao domingo
mais que o sentido
o pão do silêncio
na hora em que se chora
o que não foi feito e foi perdido
Ame-se o que não possuímos
o sorriso amável
a arder palavras
a ferida aberta
a tristeza mal fechada
Ame-se o amado que não ame
a fortaleza da pedra que se anima
Ame-se a ternura do silêncio
para levedar o amor
deixa-me soletrar
quanta indiferença
tenhas em casa
para atravessar a paixão
Creio na mágoa amarela
creio na indiferença do amor.
Graça Magalhães, 2009, A Geografia do Tempo, Palimage Ed.
domingo, 9 de maio de 2010
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